Nego da Borracharia se revolta com sofrimento dos cidadãos em fila da Covid
Nego da Borracharia (PSD) esteve, nesta segunda-feira (05/04), em visita de fiscalização à Unidade Sentinela da Covid-19, para onde são encaminhados os casos suspeitos e confirmados da doença em Ribas do Rio Pardo. No local, o vereador se mostrou indignado ao ver dezenas de cidadãos amontoados aguardando atendimento por até quatro horas.
“Recebi uma imagem de um cidadão jogado no chão enquanto aguardava atendimento, vim checar e fiquei revoltado. Quase 30 pessoas amontoadas, incluindo idosos e uma grávida de sete meses, sem contar os que foram embora sem conseguir atendimento. Pessoas contaminadas misturadas com suspeitos e com quem estava para ter alta, sem qualquer higienização nas cadeiras. E só um médico para atender todo mundo. A situação está cada vez mais complicada. A Prefeitura vai deixar o povo morrer?”, questiona o vereador.
Fiscalizando com atenção o dinheiro público, Nego da Borracharia pediu para que o povo siga as recomendações de saúde, mas deixou sua cobrança para que a Prefeitura faça a parte dela.
“A população tem que se conscientizar, parar de se aglomerar e ter atenção ao uso de máscara e álcool gel. O vírus é fatal e não bate na porta de casa. Ele arromba a porta e tira a vida das pessoas. No entanto, a Prefeitura tem R$14,6 milhões em caixa. Tem R$14 milhões, mas não tem médico suficiente, não tem medicamento e não tem infraestrutura. Não tem nem sequer um respirador. O que adianta, então, ter esses R$14 milhões? Será que existe alguma coisa mais prioritária do que salvar a vida das pessoas?”, pergunta o vereador, emocionado pelo falecimento do grande amigo João Tavares (Juninho Táxi), ocorrido nesse domingo (04/04) devido ao coronavírus.
Depoimentos
“Fomos ao Hospital no sábado e nos disseram que não havia vaga. Nos mandaram para o Posto Central, onde fomos bem atendidos pela médica, mas não conseguimos os remédios porque estavam em falta na farmácia. Tivemos que comprar e só um deles nos custou R$60, mas não resolveu. Meu marido continuou com sintomas. Viemos aqui e estamos nesse sofrimento. Mais de três horas aguardando atendimento. Meu marido chegou a se jogar no gramado, e só levaram ele para dentro porque minha filha foi lá reclamar. Um absurdo”, relata Josciani Jerônimo da Silva, moradora do Nossa Senhora Aparecida.
“Vim para ter alta e fiquei quatro horas para ser atendida. Uma situação muito triste. Os remédios para o tratamento, eu tive que comprar. Antialérgico, azitromicina, parecetamol... Quase R$80. Fico pensando o que acontece com quem não tem condições de pagar”, questiona uma moradora do Estoril, grávida de sete meses.
“Cheguei aqui cedo e até agora, nada. Já são mais de três horas esperando aqui. Não sei nem que horas vou conseguir almoçar. Precisava comprar um material, mas nem sei se vai ter como, porque parece que já vou ter que gastar dinheiro com remédio”, relata um trabalhador da zona rural.
Posição da Secretaria
Convidado ao local por Nego da Borracharia, o secretário municipal de Saúde, Matheus Bolis, assumiu que percebeu a superlotação, e anunciou que vai buscar melhorias.
“Vamos entrar em reunião agora à tarde para decidir a melhor forma de adaptar a situação. Estamos tentando contratar mais médico, enfermeiro, técnicos e fisioterapeutas e implantando alguns métodos diferentes para combater a Covid-19”, diz Matheus.