Nego e Tiago denunciam supostas irregularidades no cascalhamento
Ao longo dos últimos dias, Nego da Borracharia (PSD) e Tiago do Zico (PSDB) têm se dedicado a investigar o serviço de cascalhamento da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo. Circulando pelo município, fazendo contato com moradores das mais diversas regiões e estudando dados fornecidos pelo próprio prefeito João Alfredo (Psol), os vereadores alegam não terem dúvidas de que estariam ocorrendo irregularidades.
“Sempre acompanho o Portal da Transparência, cumprindo a minha obrigação de vereador, já que fui eleito justamente para fiscalizar e zelar pelo dinheiro público. No fechamento de 2021, notei que foram gastos mais de R$600 mil com cascalho. Precisamente: R$616.320,60, valor que significaria aproximadamente 24 mil toneladas, que resultariam em 46km de cascalho. Não é preciso nem ser perito para afirmar que nunca que esse cascalho todo foi colocado em Ribas”, afirma Nego da Borracharia.
Desconfiado e achando o gasto excessivo, o vereador enviou um ofício ao chefe do Executivo, que respondeu com uma planilha. No entanto, Nego se mostrou ainda mais incrédulo com as informações do prefeito.
“A planilha diz que foi jogado cascalho em ruas asfaltadas, como na Avenida Senador Filinto Müller. Meu Deus do céu! Essa rua foi asfaltada na gestão do ex-prefeito Roberson. Olha só quanto tempo faz! Como que jogou cascalho lá? Sem falar em ruas que nem existem e em trechos que aparecem repetidos só para justificar os gastos. O trecho do Mimoso, que é o pedaço até o polo industrial, por exemplo, eles botaram ‘trecho mimoso, perímetro Estoril’, ‘acesso à área industrial’ e ‘MS-340’, os três com a mesma quantidade de cascalho repetida. É só somar que os números passam de 300 caminhões de cascalho que teriam sido jogados só nesse trecho. Nitidamente a gente percebe uma tentativa de enganar o cidadão. Prefeito, cadê o cascalho que estava aqui?”, questiona o vereador.
“O prefeito também aponta gastos com cascalho na estrada da Fazenda Cachoeirinha, sendo que material lá é doado pela própria fazenda. Tem menções a cascalho mas fazendas Santa Rosa e Minuano, sendo que eu passo sempre por lá e posso afirmar que não foi colocado cascalho ali. Tem, ainda, o trecho entre as pontes do Rio Botas e Rio Pardo. Recebi muitas cobranças sobre a péssima condição da estrada ali, entrei em contato com a Prefeitura, mas eles disseram que nada poderiam fazer lá porque a responsabilidade seria do Governo do Estado. No entanto, na planilha existem dados de inúmeros caminhões que teriam jogado cascalho ali”, completa Nego.
Além de agir dentro das suas limitações no âmbito legislativo, Nego da Borracharia já está preparando providências junto aos órgãos de controle, como Ministério Público e Tribunal de Contas.
“Com toda essa quantidade de cascalho que o prefeito alega ter jogado nas vias públicas, era para as ruas estarem lindas. Infelizmente, não é o que se vê. Nossas estradas são horrorosas. Toda hora temos reclamações de caminhões atolados, de trechos que não tem como passar. Fiz questão de ajudar o Nego a conferir os dados e só posso dizer que essa planilha que o prefeito mandou é um deboche com a cara do cidadão. Inventar que jogou cascalho em rua asfaltada é o cúmulo do absurdo”, diz Tiago do Zico.