Presidente da OAB, Daniela Teixeira Onça palestra em sessão solene
A Sessão Solene do Dia Internacional da Mulher, realizada nesta terça-feira (08/03) pela Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo, contou com a presença da presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Ribas e Água Clara, Daniela Teixeira Onça.
“Esta data não representa uma comemoração, mas, sim, um marco da luta da mulher durante a história do nosso povo. Historicamente, a mulher foi tratada como um objeto, algo que pertence ao homem. Primeiro ao pai, depois ao marido. Não se imaginava a existência de uma mulher sozinha, capaz de gerir seus próprios bens e cuidar de sua própria vida. Fomos e somos invisíveis até hoje, mas essa história tem que mudar e está mudando”, disse a advogada e empresária.
Daniela Teixeira Onça falou sobre “O papel da mulher na sociedade”. A presidente da OAB contextualizou os desafios e a importância feminina desde a época do reinado até a atualidade.
“Até o ano de 2014, o Plenário do Senado Federal não tinha um banheiro feminino. Isso porque nunca se pensou em um mundo onde as mulheres pudessem ocupar de forma igualitária cargos e posições de grande relevância”, ressaltou Daniela.
Confira alguns dos principais trechos da palestra da advogada:
Ofuscação histórica
“Durante muito tempo, a mulher servia apenas de pano de fundo para a consagração e a glória masculina. Éramos apenas filhas de alguém, esposas de alguém ou mãe de alguém. A Marquesa de Santos, por exemplo, foi uma mulher à altura da sociedade, que participava e cuidava de suas terras e de seu povo, sendo muito ativa politicamente. No entanto, é lembrada apenas por ter sido amante de Dom Pedro. Outro exemplo é a princesa Leopoldina, esposa do próprio Dom Pedro I. Era uma mulher à frente do seu tempo, que coordenou as políticas da época e regeu o nosso país quando o imperador ia ao exterior. Mas só é lembrada como esposa de Dom Pedro I e mãe de Dom Pedro II”.
Século XIX
“No século XIX, as nações mandavam os homens para a guerra e deixavam para trás as mulheres, crianças e idosos. Com isso, precisaram fazer campanhas para as mulheres irem trabalhar nas fábricas. Elas foram, e trabalhavam 16h por dia, recebendo três vezes menos que os homens. Depois, quando chegavam em casa, ainda tinham que cuidar dos filhos, dos pais doentes e de toda a comunidade. Inclusive, foi nessa época que surgiu o termo ‘sororidade’, pois, quando uma ia para a fábrica, as outras mulheres ficavam os seus filhos e se ajudavam mutuamente”.
8 de março
“Trabalhando três vezes mais e ganhando três vezes menos que os homens, as mulheres encamparam uma guerra. Com isso, os homens se uniram, fecharam uma fábrica e atearam fogo com todas as mulheres dentro. Anos depois, com essa luta, a data de 8 de março ficou marcada. Já avançamos em algumas conquistas, mas, até hoje, trabalhamos o dia inteiro, voltamos para a casa, cuidamos dos filhos e ainda precisamos vencer muitas barreiras para sermos reconhecidas por nós mesmas”.
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